quinta-feira, janeiro 29, 2015

Silêncio

Sem poesia resta o silêncio,
O desejo e o amor.

Para gerar mais poesia.

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Ouvindo

Ouvir Insensatez de Tom Jobim parte o coração,
Realiza o encontro entre a minha razão e a carne,
Me faz ficar sóbrio (e triste) um dia inteiro.

Ouvir Nara Leão cantando o mesmo me faz lacrimejar
E saber do peso das palavras de uma mulher.

A verdade que ignorei da poesia

Era uma verdade sobre a ordenação de loucuras,
Da ordenação do que não deve ser dito,
Da ordenação do sentimento de impulso.

Fiquei sem poetar, sem desmembrar o sentimento que não cabia em mim,
Matei a arte, sequei a fonte,
Deveria ter ido até os versos, hoje só te peço
Que me dê explicações, arte.

Todo dia farei poesia

Enquanto me ver sem ideia
Do que fazer da vida.

Água

Escorre pelo meu rosto,
Já caiu em excesso,
Hoje pinga gotas,
Escorre pelas coxas
De um homem
Em posição fetal.

quarta-feira, janeiro 14, 2015

Erros em poemas

Erros são liberdade
Estética, a moral está
Na habilidade dos leitores
Em diferenciar erros crassos
Dos equívocos poéticos.

terça-feira, janeiro 13, 2015

Você 10

Quis escrever centenas
De milhares
De poemas
Sobre você,
Dos meus amores
Mais sinceros, dos desejos
Que nutro por você.

Me contentei com dez poemas
Até o momento.

Você 9

Viro madrugadas e torno minha vida
Um pesadelo corrido,
Durmo cedo
E você se torna meu sonho.

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Mistérios Insondáveis

Mistérios Insondáveis

A extravagância deste mistério
Insondável e sincero
Do saber

Não se sabe de onde viemos
O que viemos fazer, também não se sabe.
E o que hoje fazemos, apesar de importantes termos
Nenhuma ideia temos do porquê de sermos

A solidão do pensar às vezes leva a becos estranhos
Sem saída e com centenas de paradoxos
O que seria de nós se não existíssemos
Se a dimensão que nos é intrínseca fosse transparente
E os valores, invertidos
Todas as crenças, inteligentes.

A metodologia do pensar nos permite escrever
Nos permite construir uma imagem
E voar, como em viagem

Então voe como uma ave
Livre como a viagem
Construa, como um arquiteto
As páginas da liberdade.
.



Dois

Não se viam há muito tempo. Há quatro anos. Mas os rostos eram familiares. O sentimento também. A simplicidade das brincadeiras, apesar das dores que ambos sentiram, estava viva. Preparou-lhe um chá. Conversaram amenidades. Colocaram o assunto em dia. A noite era quente.

Conversaram sobre livros e filmes que tinham visto nos últimos tempos. Reclamaram dos salários de jornalista. Fumaram um cigarro juntos. Havia afeto, mas não houve nada demais naquele fim de dia. Mas conversaram muito. Por quase duas horas.

Ele estava despedaçado. A vida foi muito generosa com ele, mas ele foi um ingrato. A vida para ela foi mais difícil, mas ela era muito mais agradecida. Era mais íntegra também. Ela tinha cabeça de velha. Ele parecia uma criança gigante e patética.

Os inconvenientes, os absurdos e os erros de ambos o colocaram frente a frente. Já estiveram um ao lado do outro, se apoiando. Hoje não dava mais. Mas ainda se suportavam. A vida já é amarga o suficiente para se recusar uma boa conversa.

Ela notou que ele já não tinha o peso de antes. O papo liberou uma pressão que estava presa em seu peito. Eles eram dois. A noite era uma só. Despediu-se cordialmente. Sabia que ali não seria o último encontro. Mas os encontros seriam tão banais quanto este. E se conheciam profundamente.

domingo, janeiro 11, 2015

Você 8

Musa do contador de histórias
Sinto sua falta.

Musa do contador de histórias
Você embala minhas causas.

Você 7

Decidi escrever centenas de poemas sobre você. Me contentei com dezenas. Às vezes queria ter escrito um. Às vezes acho que não escrevi nenhum.

Você 6

Sentir saudade é algo que faz bem. Mas é algo que dói. É algo bom e meio ruim ao mesmo tempo. É algo que te leva pras melhores recordações. E machuca pela ansiedade pelo que está por vir.

Saudade não rima. Anima.

sexta-feira, janeiro 09, 2015

Você 5

Acordo pela manhã triste
Porque sei a verdade de que você não está mais comigo. Porque sei que você está no seu espaço se recuperando do espaço que te tirei. Do que eu cobrei.

Isso me entristece, mas lembro também
Que espaço já não foi um problema,
E me lembrei do teu abraço.

Poeto para que você esteja bem
E para me recuperar, também.

Você 4

Sou triste, mas já fui muito feliz contigo. Dono de uma felicidade espetacular. De uma felicidade que me fez chorar. Que me fez viver num sonho.

Eu nunca vivi um pesadelo. Pesadelos são alguns dos meus pensamentos que encaro agora. Mas cansei de me arrepender deles.

Quero transformá-los em arte para alguém. Para você.

Você 3

Ouço U2, que me lembra você, que gosta de Coldplay. E de uma música meio contemplativa.

Lembro das nossas andanças de carro felizes. Eu lembro dos comentários sobre músicas. Eu me lembro e não esqueci, como já ocorreu.

Hoje, pela noite, eu esqueci o nome de um jogo, mas não me esqueci de você.

E nem desta poesia-pensata. Ou prosa sem graça.

Você 2

Bia deita ao meu lado, com seus olhos de mel. E me lembra você, com os carinhos infindáveis. Suas mãos pequenas, dispostas a apalpar o mundo.

Você é pequena apenas no tamanho.

Você 1

Escolhi escrever
No tempo distante fisicamente,
Forçado pela facilidade
Das minhas palavras tolas.

Ao invés de te atormentar com meus pensamentos difusos, decidi poetar. Com ou sem rima. Com ou sem métrica. Com um pouco de arte, espero.

Pra resgatar um Pedro que você conhece
E sabe que sou, um que se repete.

Me falta repetição.